segunda-feira, 11 de julho de 2011

Intervenção

Entraram
Fizeram a farra, acabaram com tudo!
Eu não queria.
Não assim...
Mas agora já é tarde, a incisão já foi feita.
O pouco de posse dessa voz já se esgotou.
Aquelas duas letras já não possuem valor.
Valor aliás que nunca esteve presente.
Do presente "sou",
No presente "era"!
A primeira pessoa
A singular
Nunca foi plural
Mas era seu sonho
Ao tentar realizar, não percebeu
Sonho não está para realidade,
Como o fim está para eu.

Cezar Augusto


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sábado, 30 de abril de 2011

A arte de Acreditar




acre
PEDAÇO  DE CHÃO

 


Será maravilhoso olhar
para todas essas coisas
e poder dizer:
acabou.
Desde os cantos até o miolo
fértil, arado, limpo.
Cada metro quadrado.
Letra por letra,
frase por fase.
Poderei olhar
para cada pedaço
e neles depositar minha semente
mais preciosa.
Deixarei de ser
um abutre no seu milharal
de versos
e passarei a depositar
minha palavra em sua mente
enclausurada.
Eu serei o plantio.
Serei a sua fé.
Supere isso.


di
MINUTIVO

 


É sempre o tempo,
sempre ele
cortando minhas asas.
Era eu querer
e ele então dizia
não.
Um dia ainda irei golpeá-lo
Surpreender é meu modo de impressionar.
Já que sou tão pequeno
e insignificante,
só me resta olhar para o espelho
e ver que tais boatos são
passageiros.
Tenho meu potencial,
carrego-o comigo
Assim como o relógio
que diminui meu tempo.
E minha existência.
Inacreditável!


te
DE TOLICE













Eram meras hitórias
Que pouco se ouvia falar
Quando muito a esperança
É que convinha dizer
possuir.
Talvez esta tenha sido 
A minha maior crença
tão imensurável, tão boba.
Tudo o que eu tinha
era ele.
Mesmo sem nem ao menos
ter algo mais
além de uma fantasia.
Eu avisei,
mas ninguém acreditou.





Cezar Augusto


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terça-feira, 5 de abril de 2011

Tarô



Sirva-me
Traga até mim
A razão
A ação
Me leve em sua
Mão
Faça de mim pertinente
Um presente
Um presente futuro
Dois presentes futuros
Duas faces
Inquestionavelmente ligadas
Separadas
Interligadas pela simples convicção
De encontrar a razão
Que se quer ver
Compreender
Tocar
Enxergar
Um simples olhar de beleza
Realeza
Tristeza
Fraquesa
Não consigo pegar o futuro.
Por favor:
Sirva-me!

Cezar Augusto

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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Descoberta


Pessoas me dizem o que fazer,
Apontam mil dedos na minha cara.
Tudo tão sufocante, tanta pressão..
E essa aflição não pára...

Procuro por uma opção,
Um guia para este caminho.
Uma hora fica difícil
Suportar tudo isso sozinho.

Parecem se esconder,
Se guardar em suas casas.
E eu olho daqui
Onde a escuridão resiste,
Persiste a tantas brasas.

Que não me aquecem,
Não são o suficiente.
Mas os olhares resistem,
Me fazem sentir indecente.

Dentre olhares eu me esforço,
Mantenho o foco,
Até encontrar
O seu olhar.

Que mesmo distante,
Me é o bastante
Para me resgatar
Desta triste rotina
De não saber o que é amar.

Cezar Augusto


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